As novas medidas anunciadas pelo INSS para reduzir as filas de benefícios levantam preocupações entre segurados e servidores. Embora apresentadas como soluções para maior eficiência, as mudanças podem trazer consequências negativas para quem depende do sistema.

A exigência de maior produtividade para servidores em home office, sem aumento proporcional de recursos ou suporte, pode sobrecarregar a equipe, prejudicando a qualidade das análises. Já para os segurados, a obrigatoriedade de desistir de um recurso para protocolar um novo pedido pode representar um grande prejuízo financeiro, ao implicar na perda de valores retroativos, fundamentais para quem aguarda benefícios.

A justificativa de interligar os processos para maior eficiência contrasta com o aumento significativo no número de requerimentos, que alcançou 1,4 milhão por mês, expondo os limites estruturais do INSS. Sem investimentos significativos em pessoal e tecnologia, as mudanças podem não reduzir as filas, mas sim penalizar ainda mais quem já enfrenta longos períodos de espera.

Ao invés de uma solução definitiva, essas medidas podem ser vistas como paliativas, colocando o ônus da eficiência tanto sobre os segurados quanto sobre os servidores, sem atacar os problemas estruturais que causam o gargalo no atendimento.

FONTE: A TRIBUNA